quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sorrir é fácil





12 de Janeiro


Segunda noite bem passada. Segundo pequeno almoço no parque e já começamos todos a entrar na rotina do costume, com a diferença que desta vez havia que desarmar o acampamento pois os planos envolviam uma mudança de zona.
Tudo arrumadinho lá seguimos para a zona da queda de água que tinhamos visto no dia anterior. Desta vez, para seguir um caminho fácil de uma horita, plano, que passava por ai e que levava a um dos miradores dos Cuernos del Paine.

O dia estava perfeito, saiu o sol, sentia-se o um calorzito e aproveitámos para tirar todas as fotografias da praxe à saida do parque de campismo: fotos de grupo, de casal, de manas, sozinhos, a fazer palhaçadas...de tudo um pouco! E finalmente, perninhas ao caminho porque o caminho faz-se caminhando!

Passando pela queda de água (bem diferente com o sol a iluminá-la) e passado uns metros...”SILÊNCIO! NÃO SE MEXAM! Está alí um guanaco!”. Devagarinho, pé ante pé, com cuidado...e o guanaco tranquilo da sua vida, sem nos ligar nenhuma e a deixarnos vê-lo bem de perto.
Que bicho caricato!
Já não nos podiamos queixar muito, afinal de contas o dia estava perfeito, a previsão de tempo para os próximos dias era de céu limpo e subida das temperaturas e já tinhamos tido oportunidade de ver um guanaco. Nada mal!

A caminhada proseguiu, agora com todos a tentar encontrar mais algum animal. Uns bons minutinhos a apreciar a vista do mirador, repôr energias comendo umas bolachinhas e coisas do género e seguimos de volta.
Na volta, mais uma aventura: lutar contra o vento patagónico!
Dar 3 ou 4 passos em frente, tentado andar em linha recta e o resultado ser andar em diagonal. Bem divertido!

Despedimo-nos desta zona do parque e seguimos para a zona das Torres del Paine (que dão nome ao parque).

Pelo caminho...”PÁRA O CARRO!!!”. Já tinhamos visto ñandus, mas este estava mesmo à beira da estrada e tinha crias ao lado. Não podiamos passar por alí e não parar!

Estavamos agora a caminho da zona onde tinhamos que cruzar o rio, para poder chegar ao parque de campismo do qual seguiríamos depois a pé, até às torres. Ora, como o tempo não era muito e queriamos aproveitar ao máximo, fomos-nos informar sobre um caminho que havia ali por perto para saber se ainda tinhamos tempo para almoçar, explorar o tal caminho e depois atravessar a ponte para ir dormir ao outro lado. Aqui fica uma amostra do que foi a conversa:

GP(guarda do parque) – Ora bem, vocês querem passar para o outro lado para ir para o parque de campismo certo?
N(nós) – Sim.
GP – Têm veiculo próprio?
N – Sim, estamos todos num carro.
GP – Há, mas é carro, não têm tracção às 4 rodas pois não?
N – Não...mas a estrada é assim tão má? É que não tinhamos percebido isso.
GP – Não. O problema é que o caudal do rio está a subir muito. Neste momento está muito perto de passar por cima da ponte. Ou seja, com um carro normal, há algumas poças de água, mas devem conseguir passar. Não sei é quando é que vão poder tirar de lá o carro, porque se o rio continuar a subir... Quer dizer, nós a vocês (às pessoas) conseguimos sempre trazer sem grandes problemas, mas veículos não!
N – Hahhhh...
GP – Se quiserem podem é deixar o carro estacionado aqui e passam de carrinha até ao parque de campismo e depois para cá fazem a mesma coisa.
N – Bem...ahhhmmm...deixe-nos só pensar um bocadinho! A que horas partem daqui?
GP – Daqui a hora e meia sai um, depois já ao fim do dia.
N – Ok! Obrigado pela informação!

Bem, como podem calcular a decisão foi bastante fácil de tomar. Daí a 1 hora e meia (ou duas horas, já não me lembro bem) lá iamos nós passar de carrinha para o outro lado. Agora havia que encontrar um poiso interesante para nos sentarmos a almoçar e arranjar as mochilas com tudo o que precisassemos para os próximos dias, porque ao contrário do que tinhamos feito até aqui, não iamos ter o carro-despensa ao lado das tendas.

Almoço ao lado de um “rebanho” de guanacos (e nós preocupados porque poderia ser dificil vê-los). Preparações feitas e lá fomos nós.

Chegados ao parque de campismo todos comentámos o mesmo:
Fizemos bem em deixar o carro!”. Não valia a pena correr o risco e assim estavamos todos muito mais descansados.

Nova montagem de acampamento, desta vez até com direito a que fossem os próprios “inquilinos” de cada tenda a armar-la, visto que não tinhamos pressa pois ainda tinhamos muitas horas de luz pela frente.

Um final de dia perfeito para relaxar e aproveitar toda a magia deste lugar. A oportunidade perfeita para passar o tempo a jogar e a conversar, a tomar notas dos últimos dias, comentar o que tinhamos visto, como estava a ser a experiência, ir aos poucos preparando mochilas e roupa para o dia seguinte, e acima de tudo, para podermos aos poucos convencer-nos a nós mesmos que estava a chegar o dia que aguardávamos, o dia de caminhar até às Torres del Paine.

Saludos y Besos.

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