12
de Janeiro
Segunda noite bem passada. Segundo pequeno almoço no parque e já
começamos todos a entrar na rotina do costume, com a diferença que
desta vez havia que desarmar o acampamento pois os planos envolviam
uma mudança de zona.
Tudo arrumadinho lá seguimos para a zona da queda de água que
tinhamos visto no dia anterior. Desta vez, para seguir um caminho
fácil de uma horita, plano, que passava por ai e que levava a um dos
miradores dos Cuernos del Paine.
O dia estava perfeito, saiu o sol, sentia-se o um calorzito e
aproveitámos para tirar todas as fotografias da praxe à saida do
parque de campismo: fotos de grupo, de casal, de manas, sozinhos, a
fazer palhaçadas...de tudo um pouco! E finalmente, perninhas ao
caminho porque o caminho faz-se caminhando!
Passando pela queda de água (bem diferente com o sol a iluminá-la)
e passado uns metros...”SILÊNCIO! NÃO SE MEXAM! Está alí um
guanaco!”. Devagarinho, pé ante pé, com cuidado...e o guanaco
tranquilo da sua vida, sem nos ligar nenhuma e a deixarnos vê-lo bem
de perto.
Que bicho caricato!
Já não nos podiamos queixar muito, afinal de contas o dia estava
perfeito, a previsão de tempo para os próximos dias era de céu
limpo e subida das temperaturas e já tinhamos tido oportunidade de
ver um guanaco. Nada mal!
A caminhada proseguiu, agora com todos a tentar encontrar mais algum
animal. Uns bons minutinhos a apreciar a vista do mirador, repôr
energias comendo umas bolachinhas e coisas do género e seguimos de
volta.
Na volta, mais uma aventura: lutar contra o vento patagónico!
Dar 3 ou 4 passos em frente, tentado andar em linha recta e o
resultado ser andar em diagonal. Bem divertido!
Despedimo-nos desta zona do parque e seguimos para a zona das Torres
del Paine (que dão nome ao parque).
Pelo caminho...”PÁRA O CARRO!!!”. Já tinhamos visto ñandus,
mas este estava mesmo à beira da estrada e tinha crias ao lado. Não
podiamos passar por alí e não parar!
Estavamos agora a caminho da zona onde tinhamos que cruzar o rio,
para poder chegar ao parque de campismo do qual seguiríamos depois a
pé, até às torres. Ora, como o tempo não era muito e queriamos
aproveitar ao máximo, fomos-nos informar sobre um caminho que havia
ali por perto para saber se ainda tinhamos tempo para almoçar,
explorar o tal caminho e depois atravessar a ponte para ir dormir ao
outro lado. Aqui fica uma amostra do que foi a conversa:
GP(guarda do parque) – Ora bem, vocês querem passar para o outro
lado para ir para o parque de campismo certo?
N(nós) – Sim.
GP – Têm veiculo próprio?
N – Sim, estamos todos num carro.
GP – Há, mas é carro, não têm tracção às 4 rodas pois não?
N – Não...mas a estrada é assim tão má? É que não tinhamos
percebido isso.
GP – Não. O problema é que o caudal do rio está a subir muito.
Neste momento está muito perto de passar por cima da ponte. Ou seja,
com um carro normal, há algumas poças de água, mas devem conseguir
passar. Não sei é quando é que vão poder tirar de lá o carro,
porque se o rio continuar a subir... Quer dizer, nós a vocês (às
pessoas) conseguimos sempre trazer sem grandes problemas, mas
veículos não!
N – Hahhhh...
GP – Se quiserem podem é deixar o carro estacionado aqui e passam
de carrinha até ao parque de campismo e depois para cá fazem a
mesma coisa.
N – Bem...ahhhmmm...deixe-nos só pensar um bocadinho! A que horas
partem daqui?
GP – Daqui a hora e meia sai um, depois já ao fim do dia.
N – Ok! Obrigado pela informação!
Bem, como podem calcular a decisão foi bastante fácil de tomar. Daí
a 1 hora e meia (ou duas horas, já não me lembro bem) lá iamos nós
passar de carrinha para o outro lado. Agora havia que encontrar um
poiso interesante para nos sentarmos a almoçar e arranjar as
mochilas com tudo o que precisassemos para os próximos dias, porque
ao contrário do que tinhamos feito até aqui, não iamos ter o
carro-despensa ao lado das tendas.
Almoço ao lado de um “rebanho” de guanacos (e nós preocupados
porque poderia ser dificil vê-los). Preparações feitas e lá fomos
nós.
Chegados ao parque de campismo todos comentámos o mesmo:
“Fizemos
bem em deixar o carro!”. Não valia a pena correr o risco e assim
estavamos todos muito mais descansados.
Nova montagem de acampamento, desta vez até com direito a que fossem
os próprios “inquilinos” de cada tenda a armar-la, visto que não
tinhamos pressa pois ainda tinhamos muitas horas de luz pela frente.
Um final de dia perfeito para relaxar e aproveitar toda a magia deste
lugar. A oportunidade perfeita para passar o tempo a jogar e a
conversar, a tomar notas dos últimos dias, comentar o que tinhamos
visto, como estava a ser a experiência, ir aos poucos preparando
mochilas e roupa para o dia seguinte, e acima de tudo, para podermos
aos poucos convencer-nos a nós mesmos que estava a chegar o dia que
aguardávamos, o dia de caminhar até às Torres del Paine.
Saludos y Besos.
Saludos y Besos.
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